O espectro do sonho - (e a vertigem de acordar)Páginas

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

HAVIA QUEM CHORASSE DIANTE DAS FÉRREAS HORAS (e o tempo de pensar)












O que resta dos dias consumidos são flores endurecidas que foram aninhadas nas calçadas antigas desta rua e de outras tantas ruas que o tempo esqueceu...Vela o concreto, as sombras que em si mesmas se refazem...Muralhas de negrume; ondas de água escura que cobrem a geometria dos prédios vazios que se erguem até o infinito das nossas indagações. Dúvidas que nos arrastam em seus desígnios e se perdem nas lacunas de todos os dias...
Canções de ausências crescidas.
Tetos caídos.
Barcos naufragados nas águas da lentidão diária. Flores. Flores de pedra e sem perfume.
Vestígios atávicos que a sorte de morrer esqueceu...Calcinadas lembranças que o vento das aventuras todas não desfaz...Comer um seio intumescido é morrer de amor. Cantos de pássaros mortos que a voz rouca não sabe imitar. Sem medida a ultima hora se desfaz.
Hora de partir. Tempo em que a dúvida se faz mais forte, mais sentida...




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