O que resta dos dias consumidos
são flores endurecidas que foram aninhadas nas calçadas antigas desta rua e de
outras tantas ruas que o tempo esqueceu...Vela o concreto, as sombras que em si
mesmas se refazem...Muralhas de negrume; ondas de água escura que cobrem a
geometria dos prédios vazios que se erguem até o infinito das nossas indagações.
Dúvidas que nos arrastam em seus desígnios e se perdem nas lacunas de todos os
dias...
Canções de ausências crescidas.
Tetos caídos.
Barcos naufragados nas águas da
lentidão diária. Flores. Flores de pedra e sem perfume.
Vestígios atávicos que a sorte de
morrer esqueceu...Calcinadas lembranças que o vento das aventuras todas não
desfaz...Comer um seio intumescido é morrer de amor. Cantos de pássaros mortos
que a voz rouca não sabe imitar. Sem medida a ultima hora se desfaz.
Hora de partir. Tempo em que a
dúvida se faz mais forte, mais sentida...
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