O espectro do sonho - (e a vertigem de acordar)Páginas

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O BERÇO E A VIDA ETERNA (e a significação mais oculta do amanhecer)







A matéria, densa. O colo, a mãe, a terra. Um minuto ínfimo de descanso no seio do chão, a terra; a terra que nos cobre. Breve contentamento. Silencio minha morte no teu ventre. Augusta candura. Desespero. Colo. Mãe. Terra de outros seres. As mulheres têm asas, mas, no seu vôo baixo se perdem. A pátria. Hoje o colo materno desfolha sua doçura. Breve açúcar de tinta branca.
Etéreo berço. Mãe, me ame até a morte e nesse tempo hostil, ainda, me ame sem termo. A terra das lembranças todas. Ventura. Fiz-me de terra, enfim vejo...a terra padece.
[...] sede. O desespero da sede.


domingo, 24 de novembro de 2019

OS ADVERSÁRIOS (e o brutal sentido do nada)








Os pássaros e sua incrível possibilidade de voar, ou então que vemos ali na praia sem Sol? Sempre às voltas com vôos ao céu azul e violáceo. Para voar é preciso uma exatidão absurdamente matemática, uma capacidade de ser leve, de reduzir a própria densidade corpórea. Liberdade de atingir os cumes, além do que podemos mensurar, sentir, esquecer. Onde estão as asas da floresta de pensamentos de ontem? Um instante de pesar...Um ai de desespero. A maré está baixa. Vamos navegar, ainda e já, que o vento, em breve, é vem chegando.