Portas de luz se abrem sobre o campo de pães brancos e dessa terra se erguem corpos coloridos, ou cadáveres metafísicos de arlequins tristes que se deitam à sombra de árvores e esperam que novas torres se ergam no centro do campo que é um sonho.
No principio da noite, mulheres caminham em circulo carregando flores arrancadas de jardins baldios. Fazem brilhar seu destino e suas mãos de cristal. Roupas de couro de leopardo; asas de borboletas multicoloridas, almas que se evaporam num ar rarefeito.
Nos caminhos do tempo e do destino a chuva revela, nas lajes de mármore, a essência da sede que atormenta os insetos negros da noite. Os insetos caem na batalha mortal contra as vidraças intransponíveis.
A procissão cresce. Estios que provocam o esquecimento secular. Ventos que varrem o campo de pães brancos. Os arlequins estão mortos para sempre. São mortos , da noite, os fachos. Mulheres desnudadas da noite se calam. O dia nasce.
Enfim, o campo é um sonho e se parte em dois: sombra e luz...
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