O dia cavalga a catástrofe na praça de árvores efêmeras. No centro da praça a igreja está inerte. O dia levanta um sol de luz impronunciável, ilumina a praça, a casa, a fonte esquecida. A fonte contempla sua sombra, ela sabe. Sua alma lembra sonhos antigos de morrer na praça. O vento traz uma folha seca, uma lembrança, uma sombra perpetuada na sombra da fonte. E num reino distante alguém pereceu de saudade. A igreja tem uma sombra piedosa. Figuras geométricas no pavimento da praça...
O vento , brando, é uma brisa que provoca o esquecimento. Sombras de uma espera interminável. Tudo é uma espera que cansa. O esquecimento é inevitável. O sol rodou, rodou no centro da praça cansada de esperar. As sombras foram se alongando e miudamente se perderam no fim da praça que um grande nada de sombras geométricas que se perdem na catástrofe que o dia cavalga na praça de árvores efêmeras de uma cidade qualquer. Figuras que o sol esquece de aquecer.
|